sábado, 23 de outubro de 2010

O Beijo


Os olhares se amarram como o mais firme dos nós.
Os rostos se aproximam lentamente.
Os instantes transformam-se em longas horas.
Desejo.
Os lábios se unem numa perfeita harmonia.
As línguas se cruzam, travando uma batalha tão sedutora que parece que estavam há séculos procurando uma pela outra.
Séculos de vontade que são saciados em instantes.
A saliva transforma-se em fogo e aquece os corpos.
Corpos que estão, a essa altura, entrelaçados e se movimentando no mais perfeito ballet.
A dança é harmonicamente perfeita.
O mundo se dissolve. O som da marchinha desaparece. Os olhos já não enxergam nada mais.
Não há nada ao redor.
Apenas dois corpos, línguas, saliva... prazer é o que resta.
Transportados para um universo particular, aquele breve momento torna-se uma eternidade. Lá o tempo corre diferente.
A embriaguez se apossa deles, assim como o álcool se apodera do boêmio.
Os olhos se abrem. Os corpos se separam.
O prazer daquele momento permanece. Os sorrisos se cruzam numa dança sensual.
Como um feitiço lançado, algo muda nos dois.
Envolvidos em uma atmosfera mística, eles sabem que aquele momento não foi banal.
E o sabor daquele beijo jamais será esquecido. E o momento ficará eternizado nas memórias.