sexta-feira, 30 de abril de 2010

Distância. Uma palavra tão curta que pode significar espaços longínquos. Segundo a física, o espaço é relativo assim como o tempo. Mas muitas vezes essa relatividade nos mantém longe de quem queremos. Como muitas vezes nos mantemos longe de quem queremos.

O problema acontece justamente quando queremos estar perto de alguém e não podemos, porque a distância que nos separa é muito grande. Nos tornamos impotentes para realizar nosso desejo de encontrar pessoas que nos fazem falta. Mesmo aquelas que nunca encontramos pessoalmente, mas simplesmente nos conquistaram de alguma forma.

É impressionante como sentimos as pessoas perto de nós, por mais que estejam longe. Ou como estamos distantes delas quando estão, por vezes, ali do lado. Muitas vezes parece que a distância simplesmente não existe, até percebermos que precisamos de algo mais do que as palavras numa tela de computador. Queremos o toque, o cheiro, o contato. Queremos o beijo. A virtualidade ainda não consegue reproduzir certas sensações que são importantes nas relações entre duas pessoas. Já inventaram drogas virtuais. Mas a humanidade da carícia, ah, essa eu acho difícil de ser reproduzida.

E enquanto ninguém consegue reproduzir aquilo que desejamos no mundo virtual, cabe a nós imaginar que estamos perto. E esquecer que a distância simplesmente existe. Desejamos que o tempo seja relativo, e que ele passe mais depressa até o dia de tornar nossos mais profundos sentimentos em realidade.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Bondade maldosa ou maldade bondosa?

Bem x Mal. Batalha de tempos imemoriais. Precisamos saciar nossa maldade, acreditando que sem fazemos o bem. Não creio na maldade. Muito menos na bondade. Malditos cristãos. Na ânsia de suprir sua fome de pregar sua fé, construíram essa dualidade maniqueísta e a empurraram pelo nossa goela. Prefiro os orientais, que simplesmente entendem as duas coisas como um todo, necessário à nossa existência. O pior é que sempre acreditamos que nossos atos procuram o bem (e nos consolamos com a ideia de que isso não afeta os outros).

Pensando bem (ou mal), quem são os outros? Porque nos importar com eles? Na verdade, sempre fazemos o bem e é isso que importa. Como se isso fosse mecânico: faço o bem, logo todos irão gostar. Todo mundo vai ficar bem, porque a bondade por si só trará felicidade ao mundo.

Ah, maldito cristianismo. Como deuses, estamos sempre certos e sabemos sempre o que é melhor para todos. Como Cristo, decidimos nos sacrificar pelo que é bom. Eu não pedi porra nenhuma. Nem sequer pedi para ser salvo. Quem disse que quero salvação? Ainda tenho que pagar uma dívida e ser fiel a um cara que me salvou sem eu pedir. Quem é alguém para saber o que quero (sem me perguntar) e o que é melhor para mim. E nem me venha com aquela ideia de onisciência.

E no nosso pequeno mundo egoísta, continuamos fazendo o bem. Por isso o mundo está uma maravilha. Já até explodimos duas bombas nucleares em nome do bem. Mandamos milhares de almas ao inferno em nome do certo e do bom.

Entristece-me saber que tudo isso acontece por causa de um cabeludo. Já somos socialmente excluídos. Também, com Cristo como porta bandeira, quem vai confiar em um cabeludo???

Com uma bondade dessas, quem precisa do capeta? Sou como os Stones: tenho "sympathy for the devil".

Já estou começando a achar Satã um cara legal...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um olhar. Apenas um olhar.
Congelado no tempo, seus olhos exercem algo em mim que não sei explicar o que é.
Na fotografia seus olhos mostram mais do que um simples momento.
Traduz uma certa inocência maliciosa. É como se o diabo estivesse ali, tentando me seduzir.
E quanto mais eu olho para você, ali, eternizada naquele momento, mais quero ser tentado.
Apenas olhei aquela foto por curiosidade. E naquele instante minha liberdade foi embora.
Como uma droga, fui ficando viciado. E não consigo mais passar um dia sem ver a tua face, ali, congelada, olhando para mim.
Aqueles olhos cândidos e pecaminosos me observam estáticos, mas atingem uma parte do meu ser que está tão profundamente guardado, que revela algo em mim que não sei se eu mesmo conheço. Mas você parece conhecer. E parece saber em que lugar está guardado.
Seus olhos me encantam, me seduzem, me arrastam para o abismo do desejo.
E quanto mais olho para eles, mais quero cair...

Geo

terça-feira, 13 de abril de 2010

Esse é de Tooth.

Não vou enganar meus mais finos sentidos pensando em você.Alguma coisa me diz para não sofrer de novo. O que diz, sopra leve em meus ouvidos: é a dor de perder. Perder sem ter. Sem ter tido você no meu melhor desejo, no pensamento mais faminto e nessa vontade infinita de você. Ocupando qualquer lugar em mim. Mas por favor, sente-se. Não repare, meu coração anda mal costurado.
Essa realidade morta de te ver por tela finge ser um prazer que eu nunca toquei.
Ei! Olhe para mim.
Meus dias nasceram comigo, contados.Quanta vantagem e quanto tempo você vai demorar comigo depois de me ver?
Não conte tempo nem vantagem. Estamos juntos nessa assistindo cada segundo.
(mesmo que por tela).

(...)

E mesmo sem tocar, sem sentir, sem amar...Eu gosto.


Tooth ~

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Raul dizia que não é possível
ser feliz tendo amado uma vez;
Certo ou errado,
não há como dizer para vocês.
Amor traz felicidade,
mas também traz tristeza,
Quando não liberta,
transforma-se em avareza.
Na cantiga da infância
era pouco e se acabou,
Na maturidade é algo essencial,
amadureceu e te abandonou.
Nesse momento
parece que a vida acaba, se esvazia.
Choramos, rimos, mas percebemos que sem amar,
viver possível não seria.
Passamos a vida a procurar
esse eterno sentimento;
Talvez não exista,
transformando-se em um tormento.
Pensas que estes versos
foram escritos por um coração partido?
Então respondas: quem nunca amou
e saiu mortalmente ferido?

Geo