terça-feira, 20 de abril de 2010

Bondade maldosa ou maldade bondosa?

Bem x Mal. Batalha de tempos imemoriais. Precisamos saciar nossa maldade, acreditando que sem fazemos o bem. Não creio na maldade. Muito menos na bondade. Malditos cristãos. Na ânsia de suprir sua fome de pregar sua fé, construíram essa dualidade maniqueísta e a empurraram pelo nossa goela. Prefiro os orientais, que simplesmente entendem as duas coisas como um todo, necessário à nossa existência. O pior é que sempre acreditamos que nossos atos procuram o bem (e nos consolamos com a ideia de que isso não afeta os outros).

Pensando bem (ou mal), quem são os outros? Porque nos importar com eles? Na verdade, sempre fazemos o bem e é isso que importa. Como se isso fosse mecânico: faço o bem, logo todos irão gostar. Todo mundo vai ficar bem, porque a bondade por si só trará felicidade ao mundo.

Ah, maldito cristianismo. Como deuses, estamos sempre certos e sabemos sempre o que é melhor para todos. Como Cristo, decidimos nos sacrificar pelo que é bom. Eu não pedi porra nenhuma. Nem sequer pedi para ser salvo. Quem disse que quero salvação? Ainda tenho que pagar uma dívida e ser fiel a um cara que me salvou sem eu pedir. Quem é alguém para saber o que quero (sem me perguntar) e o que é melhor para mim. E nem me venha com aquela ideia de onisciência.

E no nosso pequeno mundo egoísta, continuamos fazendo o bem. Por isso o mundo está uma maravilha. Já até explodimos duas bombas nucleares em nome do bem. Mandamos milhares de almas ao inferno em nome do certo e do bom.

Entristece-me saber que tudo isso acontece por causa de um cabeludo. Já somos socialmente excluídos. Também, com Cristo como porta bandeira, quem vai confiar em um cabeludo???

Com uma bondade dessas, quem precisa do capeta? Sou como os Stones: tenho "sympathy for the devil".

Já estou começando a achar Satã um cara legal...

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