segunda-feira, 13 de maio de 2013

E a alma vazia
é afogada em um copo
do inebriante álcool
ao final do dia.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Acho que Pandora abriu a sua caixa hoje. No estacionamento do supermercado, no lugar mais improvável, saindo cansado de tanta confusão, uma esperança me esperava no para-brisa do meu carro. Ainda que eu tenha andado em pista de alta velocidade, não tive coragem de passar dos 60 km/h. Não queria que ela fosse embora. Em um esforço hercúleo ela se manteve incólume no meu para-brisa. Cheguei em casa e estacionei o carro na garagem. Pensei que ela iria embora logo. Qual não foi a minha surpresa ao descer à noite e encontrá-la no mesmo lugar? Como uma guardiã da boa ventura ela permaneceu ali, o dia todo sem ao menos sair para se alimentar. estacionei meu carro na faculdade. Até às 22 horas não a verei. Mas estou aqui torcendo para que a esperança não tenha ido embora.

sábado, 23 de outubro de 2010

O Beijo


Os olhares se amarram como o mais firme dos nós.
Os rostos se aproximam lentamente.
Os instantes transformam-se em longas horas.
Desejo.
Os lábios se unem numa perfeita harmonia.
As línguas se cruzam, travando uma batalha tão sedutora que parece que estavam há séculos procurando uma pela outra.
Séculos de vontade que são saciados em instantes.
A saliva transforma-se em fogo e aquece os corpos.
Corpos que estão, a essa altura, entrelaçados e se movimentando no mais perfeito ballet.
A dança é harmonicamente perfeita.
O mundo se dissolve. O som da marchinha desaparece. Os olhos já não enxergam nada mais.
Não há nada ao redor.
Apenas dois corpos, línguas, saliva... prazer é o que resta.
Transportados para um universo particular, aquele breve momento torna-se uma eternidade. Lá o tempo corre diferente.
A embriaguez se apossa deles, assim como o álcool se apodera do boêmio.
Os olhos se abrem. Os corpos se separam.
O prazer daquele momento permanece. Os sorrisos se cruzam numa dança sensual.
Como um feitiço lançado, algo muda nos dois.
Envolvidos em uma atmosfera mística, eles sabem que aquele momento não foi banal.
E o sabor daquele beijo jamais será esquecido. E o momento ficará eternizado nas memórias.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

"Olá formosa dama. Linda noite não? Perdoe-me a intromissão, talvez a senhorita pretendesse passear... Apenas desfrutar a paisagem. Não importa. Creio que é chegado o momento de uma breve conversa. Aaah, eu me esqueci de que não fomos apresentados. Eu não tenho um nome, mas pode me chamar de V. Madame Justiça, esse é V. V... essa é Madame Justiça. Olá, Madame Justiça. "Boa noite, V." Pronto, agora já nos conhecemos. Para ser sincero, outrora fui um admirador seu. Até imagno o que está pensando... "O pobre rapaz tem uma queda por mim... uma paixão juvenil.". Desculpe, mas não é o caso. Eu a admirava, apesar da distância. Ainda criança, passando pela rua, eu admirava sua beleza. Eu dizia a meu pai,"quem é aquela moça?" E ele respondia: "É a madame Justiça.". Ao que eu replicava: "Como ela é linda." Por favor, não pense que se trata apenas de atração física. Em absoluto. Eu a amava como pessoa, como IDEAL. Isso foi a muito tempo. Agora, confesso que há outra... "O quê? Que vergonha V! Traindo-me com uma meretriz de lábios pintados e sorriso vulgar!" Eu, Madame? Permita-me uma correção. Foi a sua infidelidade que me arremessou nos braços dela! Ah! Ficou surpresa, não? Pensou que eu desconhecia suas escapadelas? Enganou-se. Eu sei de tudo. Na verdade, não me surpreendi quando soube que você flertava com homens de uniforme. "Uniforme? E-eu não sei do que está falando. Sempre foi você, V... o único em minha vi--" MENTIROSA! MERETRIZ! Ousa negar que se deixou envolver por ele, com suas braçadeiras e botas? E então? O gato comeu sua língua? Foi o que pensei. Muito bem. A verdade foi revelada. Você não é mais minha justiça. É a dele. Recebeu outro em sua cama. Faça bom proveito de seu novo amante. "Snif, Snif. Q-quem é ela? Como se chama?" Seu nome é Anarquia. E ela me ensinou mais como amante do que você imagina. Com ela, aprendi que não há sentido na justiça sem liberdade. Ela não faz promessas e nem deixa de cumpri-las como você. Eu costumava me indagar porque jamais me olhou nos olhos. Agora eu sei. Por isso, adeus, cara dama. nossa separação não me entristece, uma vez que não é mais a mulher que amei outrora."

Diálogo de V com a estátua da Justiça. V de Vingança - Capítulo V - Versões
Allan Moore e David Lloyd

"Olá formosa dama. Linda noite não? Perdoe-me a intromissão, talvez a senhorita pretendesse passear... Apenas desfrutar a paisagem. Não importa. Creio que é chegado o momento de uma breve conversa. Aaah, eu me esqueci de que não fomos apresentados. Eu não tenho um nome, mas pode me chamar de V. Madame Justiça, esse é V. V... essa é Madame Justiça. Olá, Madame Justiça. "Boa noite, V." Pronto, agora já nos conhecemos. Para ser sincero, outrora fui um admirador seu. Até imagno o que está pensando... "O pobre rapaz tem uma queda por mim... uma paixão juvenil.". Desculpe, mas não é o caso. Eu a admirava, apesar da distância. Ainda criança, passando pela rua, eu admirava sua beleza. Eu dizia a meu pai,"quem é aquela moça?" E ele respondia: "É a madame Justiça.". Ao que eu replicava: "Como ela é linda." Por favor, não pense que se trata apenas de atração física. Em absoluto. Eu a amava como pessoa, como IDEAL. Isso foi a muito tempo. Agora, confesso que há outra... "O quê? Que vergonha V! Traindo-me com uma meretriz de lábios pintados e sorriso vulgar!" Eu, Madame? Permita-me uma correção. Foi a sua infidelidade que me arremessou nos braços dela! Ah! Ficou surpresa, não? Pensou que eu desconhecia suas escapadelas? Enganou-se. Eu sei de tudo. Na verdade, não me surpreendi quando soube que você flertava com homens de uniforme. "Uniforme? E-eu não sei do que está falando. Sempre foi você, V... o único em minha vi--" MENTIROSA! MERETRIZ! Ousa negar que se deixou envolver por ele, com suas braçadeiras e botas? E então? O gato comeu sua língua? Foi o que pensei. Muito bem. A verdade foi revelada. Você não é mais minha justiça. É a dele. Recebeu outro em sua cama. Faça bom proveito de seu novo amante. "Snif, Snif. Q-quem é ela? Como se chama?" Seu nome é Anarquia. E ela me ensinou mais como amante do que você imagina. Com ela, aprendi que não há sentido na justiça sem liberdade. Ela não faz promessas e nem deixa de cumpri-las como você. Eu costumava me indagar porque jamais me olhou nos olhos. Agora eu sei. Por isso, adeus, cara dama. nossa separação não me entristece, uma vez que não é mais a mulher que amei outrora."

Diálogo de V com a estátua da Justiça. V de Vingança - Capítulo V - Versões
Allan Moore e David Lloyd

sábado, 29 de maio de 2010


O vento das colinas o faz sentir a liberdade. Disparando com a velocidade do vento, o sangue pulsa em suas veias, irrigando o seu corpo com o mais puro sangue. Os pulmões cheios de ar o conferem uma postura nobre, real, quase divina. Se alguém o visse correndo iria parar e admirar todo o seu esplendor.

A relva raspa em sua pele como um tecido de seda. Mais um pouco e ele conseguirá voar. Seus membros mal tocam o chão. O seu coração pulsa como um trovão, cheio de vida. Ele pode dominar o mundo. A liberdade o cobre como a mais doce das sensações.

O corcel galopa sem pensar em nada, a não ser naquela sensação de liberdade plena. Selvagem, orgulhoso e formoso nada pode pará-lo. Soberano em seu campo, não há ser vivo que possa cavalgá-lo.

terça-feira, 4 de maio de 2010